Novas gerações herdam a crise da Mata Atlântica e começam a liderar soluções

  • 15/12/2025
(Foto: Reprodução)
A perda acelerada de um dos biomas mais ricos do planeta se tornou um dos maiores desafios ambientais do Brasil. Com apenas 31% da cobertura original preservada, a Mata Atlântica segue em risco. Dados do MapBiomas mostram que entre 1985 e 2024 o bioma perdeu de 10% a 11,5% de sua vegetação nativa, um ritmo incompatível com a estabilidade climática, a segurança hídrica e a manutenção da biodiversidade. A gravidade do cenário coloca o país no centro da crise global da natureza. O Fórum Econômico Mundial já classifica a perda de biodiversidade como um dos principais riscos de longo prazo para a economia internacional. A ONU reforça a urgência: o avanço da degradação ameaça diretamente o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente o ODS 15 (Vida Terrestre) e o ODS 10 (Redução das Desigualdades), ambos fundamentais para o futuro das novas gerações. Novas gerações herdam a crise da Mata Atlântica e começam a liderar soluções Divulgação/Maple Bear Penedo Quando biomas como a Mata Atlântica se deterioram, os impactos não são distribuídos de maneira uniforme. Comunidades mais vulneráveis — urbanos periféricos, pequenos produtores, populações tradicionais — são as primeiras a sentir: falta de água, já que a Mata Atlântica é responsável por regular mananciais que abastecem mais de 70% dos brasileiros; perda de produtividade agrícola, porque solos degradados reduzem renda e segurança alimentar; aumento de enchentes e deslizamentos, afetando sobretudo áreas onde vivem famílias de baixa renda; redução de oportunidades econômicas locais, já que o colapso ambiental diminui turismo, serviços e geração de emprego. A ONU afirma que “a crise climática é também uma crise de desigualdade”, pois os efeitos ambientais ampliam brechas sociais existentes. Ou seja: sem proteção ambiental, não há caminho real para reduzir desigualdades. Esse contexto ganhou força recente após a COP 30, realizada em Belém, onde governos, pesquisadores e organizações ressaltaram que políticas públicas só se sustentam quando acompanhadas de transformação social — e, sobretudo, educativa. A crise da Mata Atlântica, portanto, não é um problema distante: é uma herança imediata que recai sobre crianças e jovens, que precisarão compreender e agir sobre ela de forma concreta. Novas gerações herdam a crise da Mata Atlântica e começam a liderar soluções Divulgação/Maple Bear Penedo Da ONU à sala de aula: por que a educação é o eixo da regeneração A Agenda 2030 é explícita ao afirmar que a educação é uma plataforma estruturante para atingir metas ambientais e sociais. Na legislação brasileira, esse princípio se torna obrigatório: a LDB determina que a Educação Ambiental seja transversal em toda a formação básica, enquanto a BNCC reforça o desenvolvimento de competências éticas, cidadãs e ambientais, especialmente a Competência Geral 10, que convoca o estudante a agir com responsabilidade socioambiental. Isso significa que a escola deve ir além da teoria. Para que o Brasil cumpra seus compromissos climáticos, a educação precisa articular ciências, tecnologia, cultura, cidadania, ancestralidade, comportamento e comunidade. A transversalidade não é só uma orientação pedagógica, mas a forma mais eficaz de dar ao aluno capacidade real de enfrentar a crise ambiental. Quando a teoria encontra solo fértil: o case Maple Bear Penedo e o Projeto Quintal Tekohá É nesse ponto que iniciativas práticas ganham força. Em Itatiaia (RJ), a Maple Bear Penedo se tornou a primeira escola do país a integrar o Projeto Quintal Tekohá, desenvolvido pelo Instituto Isokoti. O programa já está em andamento e transforma o campus escolar em uma Plataforma Viva de Tecnologia Socioambiental, onde crianças participam ativamente dos conhecimentos sobre regeneração. A proposta materializa a transversalidade prevista na LDB: envolve professores de diferentes áreas, conecta disciplinas, integra ciência e cultura e transforma aprendizagem em ação. No Tekohá, os estudantes plantam e cuidam de dezenas de espécies nativas, como araçá, jatobá, pitanga e guapuruvu, enquanto compreendem, na prática, os efeitos da degradação e da regeneração. A poucos metros da escola, os alunos também podem visitar o Berçário Tekohá, projeto dedicado à regeneração da Mata Atlântica e produção de mudas para restauração florestal. Por meio dessa colaboração, a escola potencializa o aprendizado dos alunos ao levá-los para atividades práticas no berçário e no quintal ecológico do Tekohá, transformando a teoria estudada em vivência real. Para Marilize Martins, diretora pedagógica da Maple Bear Penedo, essa abordagem responde à urgência climática com formação cidadã. “O Quintal Tekohá é a nossa plataforma viva de tecnologia socioambiental. Ao plantar e cultivar um legado de responsabilidade, a Maple Bear Penedo demonstra que a educação mais eficaz é a que devolve à criança sua conexão com a natureza, formando cidadãos ativos, críticos e regenerativos.” Com a participação ativa da embaixadora Rosana Garcia, o projeto também incorpora narrativas ancestrais, como o conto indígena “As Três Irmãs”, que ajudam a entender os princípios de equilíbrio ecológico de forma sensível e profunda. Novas gerações herdam a crise da Mata Atlântica e começam a liderar soluções Divulgação/Maple Bear Penedo Um modelo que avança para além dos muros da escola O impacto do Tekohá não se limita aos alunos da Maple Bear. A iniciativa se tornou referência para o Instituto Isokoti, que pretende expandir o modelo para a rede municipal de ensino, democratizando o acesso à tecnologia socioambiental. A coordenadora do projeto, a bióloga e doutora em Ciências Ambientais, Mariana Quinteiro, ressalta o valor da escola na consolidação desse modelo. “O sucesso deste piloto é diretamente proporcional à abertura da Maple Bear Penedo para iniciativas transformadoras. A escola não apenas acolheu o Quintal Tekohá, como demonstrou um compromisso concreto com a pedagogia da natureza e com a integração de saberes. Mostrou, na prática, que metodologias experimentais e ancestrais podem atuar como uma poderosa tecnologia socioambiental. Esse modelo nos dá a base necessária para expandir o programa para a rede municipal de ensino, democratizando a experiência e inspirando ainda mais crianças a se tornarem agentes reais de regeneração.” Novas gerações herdam a crise da Mata Atlântica e começam a liderar soluções Divulgação/Maple Bear Penedo Novas gerações herdam a crise da Mata Atlântica e começam a liderar soluções Divulgação/Maple Bear Penedo O legado que começa agora A crise da Mata Atlântica é enorme, mas o movimento regenerativo já começou, e ele começa pelas mãos das novas gerações. Ao transformar educação em ação, escolas como a Maple Bear Penedo mostram que ainda há tempo de construir um futuro ambientalmente saudável e socialmente responsável. Se o país precisa regenerar seu bioma mais ameaçado, a solução passa necessariamente pela formação de crianças capazes de compreender, cuidar e reconstruir. A herança ambiental que recebem é desafiadora, mas a capacidade de transformá-la já está sendo cultivada no interior do estado do Rio.

FONTE: https://g1.globo.com/rj/sul-do-rio-costa-verde/especial-publicitario/maple-bear-penedo-muito-alem-do-bilingue/noticia/2025/12/15/novas-geracoes-herdam-a-crise-da-mata-atlantica-e-comecam-a-liderar-solucoes.ghtml


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