Escavação com esqueleto de 1,65 m é destaque em exposição sobre história amazônica em Santarém
12/12/2025
(Foto: Reprodução) Esqueleto de 1,65 m é escavado durante exposição escolar
Agência Pará/Divulgação
Uma escavação arqueológica simulada, utilizando um esqueleto didático de 1,65 metro, tornou-se a principal atração da exposição realizada pela Escola Estadual de Ensino Médio Antônio Batista Belo de Carvalho, em Santarém. A atividade integra o projeto “Arqueologia na Escola: Escavando Conhecimentos – Da terra para a lousa”, desenvolvido ao longo de 2025 com 74 estudantes da 2ª série do ensino médio, que se dedicaram à investigação da história e do patrimônio amazônico.
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A mostra reuniu descobertas, produções práticas e reflexões construídas durante meses de atividades. Os alunos vivenciaram um percurso de aprendizagem intenso, com experiências sensoriais que incluíram modelagem de peças em massinha e barro. Com orientação do arqueólogo Jefferson Paiva, na oficina de cerâmica, eles reproduziram artefatos históricos e conheceram técnicas ancestrais que marcaram as civilizações amazônicas. A partir da prática, os estudantes também aprofundaram debates sobre preservação, como o dilema envolvendo a Praça Rodrigues dos Santos, registrando opiniões e análises na plataforma Padlet.
A exposição ganhou ainda mais riqueza com a participação de outras turmas. No componente Arte, alunos do 8º ano, orientados pela professora Erlane Santos, produziram pinturas rupestres em pedras. As peças foram incluídas na mostra e chamaram a atenção do público, especialmente das crianças, que celebraram o reconhecimento do próprio trabalho.
Outro eixo do projeto envolveu a Biologia, por meio da bioarqueologia. Os estudantes analisaram esqueletos didáticos e compreenderam a relação entre corpo humano, ciência e investigação histórica, reforçando o caráter interdisciplinar da iniciativa.
Entre as atividades mais aguardadas, a escavação simulada foi a que mais encantou os visitantes. A estudante Yasmin Kelen, responsável por acompanhar o momento, relatou a emoção de participar. “Foi muito bom poder falar um pouco dessa ciência e ver o sorriso e o brilho nos olhos das crianças ao escavar o esqueleto. A exposição foi muito bonita e nos deixou uma marca que sempre vamos lembrar”, disse.
A técnica de referência da Diretoria Regional de Ensino (DRE), Marluce Pinho, visitou os dois espaços da mostra e também participou da experiência ao lado da diretora Luciana Santos. Elas elogiaram o cuidado dos estudantes em cada detalhe da composição dos ambientes.
O público encontrou maquetes do sítio arqueológico Serra do Saubal e do Parque Estadual de Monte Alegre, réplicas de artefatos moldados em massinha e barro, peças de cerâmica tapajoara acondicionadas em caixas de acetato, ferramentas usadas no trabalho arqueológico, esqueletos didáticos e uma linha do tempo ilustrada com fotos e vídeos produzidos pelos próprios alunos.
Para a professora Eliane Azevedo, responsável pelo projeto, a iniciativa cumpre um papel transformador. “O projeto vai além da aprendizagem: é uma oportunidade para que os alunos sintam na prática a importância da história e da preservação cultural, conectando passado e presente de forma significativa e inspiradora”, afirmou.
A exposição reforçou o engajamento dos estudantes, que participaram de todas as etapas — da pesquisa à montagem final — despertando curiosidade científica, criatividade e colaboração. Professores, familiares e visitantes destacaram o orgulho e a dedicação dos jovens durante o processo.
Pensando no próximo ano, a professora já articula com o Centro Cultural João Fona para que todo o acervo produzido em 2025 seja exposto ao público em um novo espaço, ampliando o alcance do projeto e levando a história amazônica a ainda mais pessoas.
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O evento se consolidou como uma experiência interativa e envolvente, que permitiu ao público vivenciar a arqueologia de forma acessível e lúdica, valorizando o legado cultural da Amazônia por meio das mãos e dos olhares de jovens exploradores do passado.
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