Caso Juliana Chaar: Justiça mantém liberdade de suspeito de atropelar e matar assessora jurídica no AC
12/12/2025
(Foto: Reprodução) Diego Luiz Gois Passo segue em liberdade desde 25 de novembro. Ele estava privado de liberdade desde julho desse ano
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A Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC) negou, por unanimidade, um pedido para revogar o habeas corpus que liberou Diego Luiz Gois Passo, suspeito de atropelar e matar Juliana Chaar Marçal, em Rio Branco. A decisão foi publicada no Diário da Justiça Eletrônico dessa quarta-feira (10).
O Ministério Público do Acre (MP-AC) havia entrado com recurso contra liberação de Passo, solto em setembro após mais de dois meses preso.
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O g1 entrou em contato com o advogado do motorista, Felipe Muñoz, e aguarda retorno.
Diego Luiz Passo se entregou na manhã desta terça-feira (15) no posto do Gefron
Contudo, para a relatora do caso, desembargadora Denise Bonfim, não houve nenhuma omissão ou contradição que justifique as alegações apresentadas pelo MP-AC para rever a decisão que concedeu o habeas corpus.
Ainda segundo a Justiça, as alegações do MP-AC se resumem ao 'mero inconformismo com o resultado julgado, que lhe foi desfavorável'.
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Ao g1, Vandré Prado, primo de Juliana, declarou que a família, apesar de confiar na justiça, vê com indignação a manutenção da liberdade do suspeito.
"Não há como não se indignar diante de um assassinato cruel, sem chance de defesa, de uma jovem que tinha uma vida pela frente. O autor se evadiu o quanto pode, e após todo esforço da polícia, agora seguirá sua vida normalmente", afirmou.
Liberdade
Ao decidirem pela liberação de Passo, ainda em setembro, os desembargadores levaram em consideração que o suspeito é réu primário e tem residência fixa. Ele foi intimado a cumprir medidas cautelares enquanto estiver solto. Dentre elas:
Recolhimento domiciliar noturno;
Monitoramento eletrônico; e
Proibição de frequentar bares.
Diego Luiz se entregou às equipes do Grupo Especial de Operações em Fronteira (Gefron) e da Polícia Penal durante uma operação no Bujari, interior do Acre, em 15 de julho. Três dias antes, ele havia fugido de uma operação policial montada para capturá-lo.
À época, a polícia esteve em uma propriedade rural da família do suspeito e prendeu uma prima dele e o marido dela por posse ilegal de arma de fogo.
Já o advogado e amigo de Juliana Chaar, Keldheky Maia da Silva, que atirou durante a confusão, também foi solto no dia 18 de setembro, após a defesa conseguir um recurso. Keldheky chegou a ser preso por duas vezes, ainda na noite do incidente e no dia 7 de agosto por tentativa de homicídio.
O advogado foi intimado a cumprir medidas cautelares, como: comparecimento periódico para prestar informações, proibição de ausência da cidade e uso de tornozeleira eletrônica.
Relembre o caso
Servidora do Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC), Juliana Chaar Marçal, de 36 anos, morreu após ser atropelada durante uma confusão na casa noturna Dibuteco, na Rua São Sebastião, bairro Isaura Parente, em Rio Branco. O atropelamento ocorreu por volta das 5h48 do dia 21 de junho.
Juliana Chaar chegou a ser socorrida e levada ao hospital, mas não resistiu e morreu horas depois
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Diego Luiz Passo, que dirigia a caminhonete que atingiu Juliana, fugiu do local. A partir daí, uma operação foi montada para localizá-lo. Ele só foi preso quase 25 dias após a morte de Juliana.
Diego alegou que não viu Juliana antes de bater com a caminhonete nela. A defesa disse, na época, que ele não tinha a intenção de atropelar a servidora e que tentou retornar para prestar socorro, contudo, ficou com medo da aglomeração e fugiu.
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