Belarus liberta vencedor do Nobel da Paz e outros 122 prisioneiros após acordo com governo Trump

  • 13/12/2025
(Foto: Reprodução)
Belarus liberta vencedor do Nobel da Paz e outros 122 prisioneiros após acordo com governo O presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, libertou neste sábado (13) cerca de 123 prisioneiros, entre eles o ganhador do Prêmio Nobel da Paz Ales Bialiatski e a importante líder da oposição Maria Kolesnikova, em um acordo intermediado por um enviado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em contrapartida, os EUA concordaram em suspender as sanções ao potássio bielorrusso, insumo essencial para a produção de fertilizantes, do qual o país é um dos principais produtores mundiais. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça A libertação de prisioneiros foi de longe a maior realizada por Lukashenko desde que o governo Trump iniciou negociações este ano com o veterano líder autoritário, um aliado próximo do presidente russo Vladimir Putin . Até então, governos ocidentais evitavam diálogo com Minsk devido à repressão à dissidência e ao apoio do regime à guerra da Rússia na Ucrânia. Veja os vídeos que estão em alta no g1 O enviado especial de Trump, John Coale, disse à Reuters que cerca de mil presos políticos ainda detidos no país poderão ser libertados nos próximos meses, de preferência em uma única ação. “Acho mais do que possível, acho provável. Estamos no caminho certo, o ímpeto existe”, afirmou Coale. Segundo ele, caso não restem presos políticos, a maioria das sanções poderá ser suspensa. “É uma troca justa”, acrescentou. Nobel da Paz diz que luta continuará De acordo com autoridades, nove prisioneiros libertados seguiram para a Lituânia, enquanto 114 foram levados para a Ucrânia. Bialiatski, vencedor do Nobel da Paz de 2022, é um veterano ativista dos direitos humanos e estava preso desde julho de 2021. Visivelmente mais envelhecido, ele foi recebido com abraços pela líder da oposição no exílio, Sviatlana Tsikhanouskaya, ao chegar à embaixada dos EUA na Lituânia. Em entrevista à Reuters, o ativista contou que havia passado a noite anterior em uma cela compartilhada com quase 40 pessoas e disse ainda estar assimilando a liberdade. Apesar disso, afirmou que os objetivos da luta pelos direitos humanos ainda não foram alcançados. “Milhares de pessoas foram e continuam sendo presas. Nossa luta continua”, declarou em seus primeiros comentários públicos desde a premiação. O Comitê Nobel Norueguês afirmou ter recebido a notícia com “profundo alívio e sincera alegria. Ales Bialiatski, libertado de prisão na Bielorrússia, fala com a imprensa ao lado da líder da oposição bielorrussa Sviatlana Tsikhanouskaya em frente à embaixada dos Estados Unidos, em Vilnius, na Lituânia. REUTERS/Gonzalo Fuentes Libertação da oposição Maria Kolesnikova, uma das principais líderes dos protestos contra Lukashenko em 2020, estava entre os prisioneiros levados de ônibus para a Ucrânia. Em um vídeo publicado pelo canal ucraniano no Telegram Khochu Zhit, ela comemorou a liberdade: “É uma sensação de felicidade incrível ver com meus próprios olhos as pessoas que amo e entender que agora somos todos livres.” As imagens mostraram Kolesnikova abraçando Viktar Babaryka, opositor preso em 2020 quando se preparava para disputar a presidência. Ele afirmou que seu filho, Eduard, ainda permanece detido na Bielorrússia. A irmã de Kolesnikova, Tatsiana Khomich, disse à Reuters que temia que Maria se recusasse a deixar o país e que estava preparada para convencê-la. "Estou ansiosa para abraçar a Maria... os últimos cinco anos foram muito difíceis para nós, mas agora que falei com ela (por telefone), sinto como se esses cinco anos não tivessem acontecido", disse ela. Estratégia dos EUA e reação da oposição Autoridades americanas disseram à Reuters que o diálogo com Lukashenko faz parte de um esforço para reduzir a influência do presidente russo Vladimir Putin sobre a Bielorrússia — uma estratégia vista com ceticismo pela oposição bielorrussa. Após as eleições contestadas de 2020, EUA e União Europeia impuseram amplas sanções ao país, reforçadas em 2022, quando Minsk permitiu que a Rússia utilizasse seu território para a invasão da Ucrânia. A oposição no exílio agradeceu a Trump e avaliou que a libertação de prisioneiros em troca de concessões econômicas comprova a eficácia das sanções. Ainda assim, defende que as medidas da União Europeia sejam mantidas. "As sanções dos EUA dizem respeito às pessoas. As sanções da UE dizem respeito a mudanças sistémicas — pôr fim à guerra, permitir a transição democrática e garantir a responsabilização. Estas abordagens não se contradizem; complementam-se", afirmou a líder da oposição exilada, Sviatlana Tsikhanouskaya. Lukashenko nega a existência de presos políticos na Bielorrússia e classifica os detidos como “bandidos”. Em agosto, ele chegou a questionar por que deveria libertar pessoas que considera opositoras ao Estado e que, segundo ele, poderiam “travar guerra contra nós novamente”. Trump, por sua vez, referiu-se a Lukashenko como “o presidente altamente respeitado da Bielorrússia” — uma descrição que contrasta com a visão da oposição, que o acusa de governar como um ditador. O presidente americano afirmou que o líder bielorrusso poderia libertar entre 1.300 e 1.400 prisioneiros, a quem descreveu como “reféns”. Em comunicado, a embaixada dos Estados Unidos na Lituânia afirmou que Washington está “pronto para um maior engajamento com a Bielorrússia que promova os interesses americanos” e que seguirá buscando esforços diplomáticos para garantir a libertação dos presos políticos remanescentes no país. Já o grupo bielorrusso de direitos humanos Viasna — classificado como organização extremista pelo governo de Minsk — estimou que havia 1.227 presos políticos na Bielorrússia na véspera das libertações realizadas no sábado. A oposicionista bielorrussa Maria Kolesnikova gesticula dentro de um ônibus após ser libertada, em meio à guerra da Rússia contra a Ucrânia, em local não divulgado. Centro de Coordenação para o Tratamento de Prisioneiros de Guerra/Divulgação via REUTERS Uma mulher segura uma bandeira com as cores da histórica bandeira bielorrussa enquanto pessoas se reúnem em frente à embaixada dos Estados Unidos, no dia da chegada de prisioneiros libertados da Bielorrússia, em Vilnius, na Lituânia. REUTERS/Gonzalo Fuentes Governo de Belarus treina crianças e adolescentes para a guerra Putin aparece de farda militar para observar exercícios militares entre Rússia e Belarus

FONTE: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/12/13/belarus-liberta-prisioneiros-apos-acordo-com-governo-trump.ghtml


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