Azia e má digestão no Natal e Ano Novo: quais são os principais vilões da ceia? Veja 5 dicas de como se prevenir

  • 24/12/2025
(Foto: Reprodução)
A azia e o desconforto abdominal são comuns após as ceias de fim de ano. Freepik Nas ceias de Natal e Ano Novo, as receitas tradicionais – e muitas vezes exclusivas dessas datas – são prato cheio para sentimentos bem pouco festivos: a azia e a indigestão. Mas se engana quem pensa que o peru ou o pavê são os responsáveis por esse tipo de incômodo. ➡️De acordo com os especialistas, o excesso e a combinação de alguns alimentos são os verdadeiros culpados por problemas de digestão nesse período do ano. "O ponto principal das ceias não é um único alimento, e sim a combinação de vários itens em uma mesma refeição que podem causar azia e má digestão", analisa a nutricionista e doutora em Ciência dos Alimentos pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, Leila Hashimoto. Segundo a nutricionista, que é especialista em saúde gastrointestinal, o abuso de alimentos gordurosos e a combinação com o álcool podem fazer com que o sistema digestório atinja seu limite. (entenda mais abaixo) Com essa sobrecarga, aumenta a chance de surgirem desconfortes como a azia e a sensação de má digestão. 👉Na matéria abaixo você entende: Quais combinações de alimentos das ceias podem contribuir para problemas de digestão O que acontece com o corpo quando se abusa da bebida e da comida Quais as principais medidas para evitar a indigestão nessas datas O que fazer para conter os danos caso tenha exagerado VEJA TAMBÉM: Acordou de ressaca? Confira o que fazer para amenizar os sintomas Existe bebida alcoólica que dê mais ou menos ressaca? Combinações indigestas Os médicos destacam que um dos principais causadores da sensação de indigestão e estufamento depois das ceias de fim de ano, além do excesso, é a combinação de certos alimentos nessas refeições. Áureo Augusto Delgado, gastroenterologista pela Universidade Federal de Juiz de Fora e membro da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), explica que, de forma geral, a junção dos seguintes itens é certa para o desconforto depois de comer: Alimentos mais gordurosos e com mais carboidratos - carnes gordurosas como pernil, chester, peru, tender; maionese e farofa; queijos mais gordurosos. Açúcar simples e doces - preparos ricos em açúcar como pavê, rabanada, panetone e chocolate. Álcool Carnes mais gordurosas presentes nas ceias, como o peru, podem contribuir para a má digestão. Freepik 🥱Quando consumidos em grande quantidade e na mesma refeição esses alimentos podem tornar a digestão mais lenta e favorecer a azia e a má digestão. Ele pondera que as ceias fazem parte da tradição das famílias brasileiras e que, portanto, não indica a proibição de nenhum alimento. Mas o ponto de atenção deve ser na quantidade de alimentos ingeridos e também nas combinações. "Em datas festivas, é natural comer mais, repetir o prato ou beliscar ao longo da noite. O problema surge quando há excesso contínuo, especialmente associado ao consumo de álcool", analisa Delgado. Reação do corpo ao excesso Além das combinações de alimentos mais gordurosos e doces do que os que são consumidos normalmente no dia a dia, os especialistas reforçam que um dos maiores problemas das ceias é o excesso. São tantas opções disponíveis de pratos afetivos e tradicionais, petiscos e doces durante toda a noite, que acaba sendo muito fácil passar do ponto da saciedade e comer além do necessário. Leila Hashimoto comenta que, nesses casos, o corpo começa a reagir ao excesso. Isso porque tanto o estômago quanto o intestino têm um limite de capacidade de digestão e de absorção de nutrientes. "Quando comemos em excesso, ele fica superlotado e pressiona o esfíncter esofágico inferior, uma válvula de controle que impede o refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago", detalha a nutricionista. 😣E a consequência direta dessa distensão do estômago e do aumento da pressão abdominal é justamente a azia – aquela queimação causada pelo retorno do suco gástrico para o esôfago. Além disso, o álcool também pode piorar o desconforto e aumentar a sensação de estufamento. "O álcool estimula a produção de ácido pelo estômago e reduz os mecanismos naturais de proteção do esôfago, o que intensifica a azia e a má digestão", explica Delgado. LEIA MAIS: 'Comi pão e passei mal': pesquisa mostra que milhões têm sensibilidade ao glúten sem alergia diagnosticada Menos feijão, mais doenças: queda no consumo do alimento coincide com avanço de doenças crônicas no país Tem como prevenir a indigestão no fim de ano? Os especialistas explicam que é possível prevenir os desconfortos digestivos nas ceias de fim de ano sem impor regras rígidas ou deixar de comer o que mais gosta nessas datas. O segredo está no equilíbrio. Boa parte das pessoas tolera bem os pratos da ceia quando há moderação. 👉Nesse contexto, algumas dicas são fundamentais para não se sentir mal depois dessas refeições: Faça escolhas inteligentes de alimentos Para conseguir aproveitar os pratos mais especiais dessa época do ano sem comer demais, uma estratégia interessante é analisar quais são as prioridades para você durante a ceia. "Antes de colocar todos os alimentos no prato, priorize os pratos que você mais gosta", recomenda Hashimoto. Controle as porções Outro ponto fundamental é moderar nas porções. Servir-se de pequenas quantidades dos alimentos que você mais gosta é uma boa estratégia para conseguir aproveitar a ceia e não comer demais. Não chegue faminto Fazer refeições leves e saudáveis ao longo do dia faz com que você não chegue com tanta fome e queira comer tudo o que tem na ceia. Isso também é uma vantagem porque: ➡️Evita que você fique beliscando por muitas horas seguidas durante a ceia para se sentir satisfeito. ➡️Proporciona uma refeição mais tranquila, em que você pode mastigar bem e devagar, saboreando cada prato. Cuidado com os alimentos gatilhos Como já citado pelos especialistas, algumas combinações de alimentos podem contribuir para a sensação de estufamento e para a azia. Por isso, é importante se atentar e, se possível, reduzir o consumo de alimentos muito gordurosos, frituras, comidas picantes e muito condimentadas e não concentrar muitos doces na mesma refeição. Delgado também comenta que outro ponto fundamental é alternar a bebida alcoólica com água para reduzir os possíveis efeitos nocivos do álcool para a digestão. Evite deitar logo após comer Por fim, esperar pelo menos duas ou três horas após a ceia para se deitar ajuda muito no processo de digestão e a evitar o refluxo. Optar por chás digestivos após a refeição, como erva doce, camomila, hortelã, boldo e gengibre, também pode ajudar a melhorar a digestão. ⚠️Os especialistas lembram que alguns grupos devem ter ainda mais atenção nessas refeições, por terem maior propensão a problemas de digestão, especialmente: Pessoas que têm algum problema digestivo pré-existente, como doença do refluxo gastroesofágico, gastrite ou síndrome do intestino irritável; Idosos, que têm o processo digestivo naturalmente mais lento e menos eficiente; Gestantes, que podem ter sintomas de azia e refluxo aumentados pela pressão intra-abdominal sobre o esôfago e o estômago; Pessoas com excesso de peso. Exagerei, e agora? Se mesmo depois de todas as recomendações e dicas do g1 você não se sentiu bem depois das ceias, algumas medidas básicas devem ser suficientes para que o desconforto passe. "Após um episódio de excesso, eu não recomendo compensações radicais, como jejuns prolongados, dietas muito restritivas ou uso indiscriminado de medicamentos", alerta Delgado. O mais indicado é o clássico retorno à rotina. Nos dias seguintes às ceias, é recomendável optar por refeições menores e mais leves, para que o corpo consiga se recuperar. Ingerir bastante água e incluir uma variedade de legumes, verduras e frutas na alimentação também são bons aliados nesse processo. Se os sintomas persistirem, se intensificarem ou se tornarem frequentes, é importante procurar um médico para investigar a causa do problema.

FONTE: https://g1.globo.com/saude/noticia/2025/12/24/azia-e-ma-digestao-no-natal-e-ano-novo-quais-sao-os-principais-viloes-da-ceia-veja-5-dicas-de-como-se-prevenir.ghtml


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